O Ecletismo foi um estilo arquitetônico que teve inicio no Brasil ao final do século XIX e perdurou até as primeiras décadas do século XX. É basicamente a mistura de estilos arquitetônicos que exibiam elementos da arquitetura clássica, gótica, barroca e neoclássica.
Fonte: Thiago Scandolara
Data: Julho/2008
Estava inserido dentro da arquitetura historicista que buscava reviver através de seus diversos “neos” – como o neoclássico, neogótico, entre outros -, os elementos mais importantes destas correntes, visto que a total reprodução de um estilo é impossível.
Fonte: Thiago Scandolara
Data: Julho/2008
O Ecletismo chegou ao Brasil com influência cultural direta das políticas européias. A diferença é que aqui não havia ainda um processo de industrialização, desta forma os materiais e técnicas eram na sua maioria importados.
Fonte: Thiago Scandolara
Data: Novembro/2009
O processo de passagem do Neoclassicismo para o Ecletismo foi um processo gradual, gerado dentro da Academia de Belas Artes, fundada durante o período Neoclássico. Até os anos 1870 os edifícios ainda eram de características neoclássicas, a partir daí o Ecletismo surge de maneira quase que absoluta, deixando pouco espaço para os estilos que surgiram posteriores a ele como o Art Nouveau ou o Art Déco.
Fonte: Thiago Scandolara
Data: Julho/2008
Teatro Municipal do Rio de Janeiro /RJ
Fonte: http://equipeguerreira.zip.net/images/municipal.jpg
No Brasil o estilo eclético teve seu auge em São Paulo, principalmente com o arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo. Todos os programas – residenciais, equipamentos públicos como teatros, escolas e museus, além de edifícios comerciais – foram projetados e construídos segundo os princípios ecléticos, principalmente nas grandes metrópoles. A fachada dos edifícios públicos, principalmente o frontão, recebia ornamentação conforme o programa da edificação, por exemplo se era uma escola os adornos representariam o mundo da cultura, do estudo.
Fonte: Thiago Scandolara
Data: Novembro/2009
Estação da Luz (Interna /Arquitetura do Ferro) – São Paulo
Fonte: Thiago Scandolara
Data: Novembro/2009
Escola Eliseu Maciel /Pelotas – RS (Detalhe frontão)
Fonte: Thiago Scandolara
Data: Julho/2008
Com a transformação do país de Império para República, surgem diversos problemas sociais, principalmente com a vinda excessiva de famílias das classes emergentes para as grandes cidades. Como estas se expandiram muito rapidamente a arquitetura precisou desenvolver-se para solucionar os problemas de déficit com habitações, são criados assim os cortiços e começam a se formar as favelas.
Fonte: Thiago Scandolara
Data: Julho/2008
Fonte: Thiago Scandolara
Data: Julho/2008
Quanto às características arquitetônicas, o Ecletismo se caracterizou, de modo geral, pela simetria, busca da grandiosidade e riqueza decorativa, com fachadas bastante ornamentadas. Diferente dos períodos posteriores, no eclético as esquinas recebem marcação apenas como forma de forçar a simetria da mesma, esta marcação era feita com esquinas mais arredondadas.
Pelotas / RS
Fonte: Thiago Scandolara
Data: Julho/2008
Fonte: Thiago Scandolara
Data: Julho/2008
Surge durante este estilo a casa urbana brasileira. Como dito anteriormente, no início do século XX, a s cidades passavam por um crescimento rápido, a casa passou então a ter sua fachada principal alinhada à testada do lote, ganhando um acesso e varanda laterais, comumente geminadas com sua vizinha.
Fonte: Thiago Scandolara
Data: Julho/2008
Os centros urbanos mais populosos começaram a investir em infra-estrutura, como esgoto, rede de abastecimento de água e iluminação pública. As ruas passaram a contar com arborização, passeios para pedestres e as cidades receberam jardins, porém o traçado mantinha o mesmo caráter, tanto para o sistema viário quanto para as leis de parcelamento do solo.
Prefeitura Municipal de Pelotas / RS
Fonte: Thiago Scandolara
Data: Julho/2008
Processos de restauração e intervenções
Atualmente nas cidades e centro históricos vê-se muitos projetos de restauração de edifícios pertencentes ao patrimônio destes. No caso do município de Rio Grande no Rio Grande do Sul, em 2008 grande parte das edificações tombadas como patrimônio cultural estavam sendo restauradas e o que se percebe é a preocupação dos restauradores em deixar as fachadas o mais idênticas possíveis com as originais. Um problema são as intervenções, normalmente de pessoas sem conhecimento arquitetônico e patrimonial, nas fachadas de residências antigas, conforme vemos na imagem abaixo, descaracterizando completamente a edificação.
Restauração em Edifício / Rio Grande – RS
Fonte: Thiago Scandolara
Data: Julho/2008
Intervenções em Edifícios / Rio Grande – RS
Fonte: Thiago Scandolara
Data: Julho/2008
No Brasil o ecletismo foi a corrente dominante da arquitetura, principalmente para aqueles que investiram na industrialização. Não era somente um movimento artístico, mas também algo que identificava a sociedade que o usava como aquela que valoriza o progresso. Na sociedade, quem utilizava o ecletismo em suas construções, pertencia a um grupo, era identificado por isso, era um status. Assim, apesar da renda, tanto as residências de classe média como a baixa, tentavam, a seu modo, reproduzir o estilo em suas residências.
Após esse período, o Modernismo criticou gravemente o uso do ecletismo, já que o utilizavam como uma simples cópia, alienação da realidade brasileira. Isso era perfeitamente compreendido, já que uma sociedade colonizada, dominada político, econômico e culturalmente buscava sempre a valorização do que vinha de fora, o que era importado era melhor.
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